Pseudopapel

Por que a baldeação na Luz ainda não funciona

Baldeação na Estação Luz em horário de pico

Um ano atrás escrevi um texto sobre a minha experiência comparando as baldeações da Linha 7 para a Linha 1 na Luz e na Barra Funda (esta última via Sé) durante o horário de pico das manhãs. A minha conclusão era de que, por vários motivos, valia mais a pena fazer a transferência na Estação Palmeiras-Barra Funda, apesar do trajeto aparentemente mais longo e com uma baldeação a mais. Entretanto, ao menos no meu percurso diário, a baldeação na Luz ainda valia a pena no horário de pico das tardes.

Isso não tem mais ocorrido, desde a abertura em tempo integral da Estação Luz da Linha 4-Amarela. A transferência no sentido CPTM nunca foi totalmente trabalha à tarde, mas ao menos costumava fluir. Agora as inúteis catracas na parte da CPTM servem apenas para represar o fluxo que agora vem de não mais uma, mas duas estações. O Metrô e a CPTM distribuíram folhetos mostrando o novo sentido do fluxo, que funcionaria como uma “rotatória”, mas os bloqueios reduzem bastante a eficiência do sistema. E vale ressaltar novamente que os bloqueios da parte da CPTM giram quase que a esmo e, por isso, não servem para controlar grande coisa, apesar de terem sido substituídos nos últimos meses.

Já os bloqueios da parte da ViaQuatro não têm catracas: controlam a passagem dos usuários eletronicamente. Ninguém precisa parar para passar por eles. Ou seja, a fluidez é muito maior. Mas isso de nada adianta para quem vem das outras linhas do complexo e precisa passar por aquele mar de gente de qualquer jeito. Também de pouco adianta se algumas das portas de metal do acesso à Linha 4 ficarem fechadas, como estiveram no fim da tarde da última segunda-feira, o que pode ser (mal) explicado pela pane que deixara aquela linha fechada nas primeiras horas da manhã.

Cabe ressaltar que, se o complexo da Luz ganhou uma nova linha no mês passado, ele também perdeu outra, ainda que provisoriamente, em agosto, quando a ponta da Linha 10 foi transferida da Estação da Luz para o Brás devido às obras na via nas imediações da primeira. Não é difícil imaginar que a fluidez piorará ainda mais quando os trens com destino a Rio Grande da Serra voltarem a parar na Luz. A CPTM e o Metrô têm tomado medidas para melhorar a situação, ainda sem efeito visível — no máximo, serviram para que a coisa não piorasse mais. Também é razoável supor que aos poucos as pessoas distribuirão melhor seus trajetos pelas linhas, já que agora têm novas opções para ir de um ponto ao outro. Mas por ora não é nada agradável baldear na Luz em horário de pico, seja de manhã ou à tarde.

Quero dizer que agora vale mais a pena fazer duas baldeações para ir da Linha 1 para a Linha 7 à tarde? Não. Uma grande variável nessa comparação é a dificuldade para embarcar em Palmeiras-Barra Funda, já que no pico da tarde os trens oriundos da Luz já chegam lotados a uma plataforma também lotada. A foto abaixo foi tirada na plataforma 8 às 17h45 de uma terça-feira, e ela ainda não estava tão cheia como ficaria cerca de meia hora mais tarde. O que quero dizer é que a baldeação na Luz antes era a escolha mais que óbvia, mas agora leva apenas ligeira vantagem.

Plataforma 8 da Estação Palmeiras-Barra Funda em horário de pico

3 comentários

elisabete (6)

Realmente, a baldeação na Luz ficou impraticável, principamente as 18h30, acabo preferindo ir de onibus, demora mais, mas vou sossegada dormindo…..

4 de novembro de 2011, 23:53

Alexandre Giesbrecht

Dependendo de para onde se vai, o ônibus é uma opção. Mas nem sempre dá, e muita gente é obrigada a enfrentar a confusão.

5 de novembro de 2011, 13:21

Leoni (1)

Causa-me estranheza e perplexidade as incursões de Alkmin pelo ABC, a caça de votos com mais um festival de promessas eleitorais que não são cumpridas, lembrando que o PSDB está no poder em SP no mínimo á 20 anos, durante este período desde a criação da CPTM, a região só teve perdas, como:
Desativação da estação Pirelli, fim dos trens para Santos, fim dos trens regulares para Paranapiacaba, fim dos trens regulares para Francisco Morato, fim dos trens regulares para Barra Funda, fim do trem expresso Mauá Luz, fim dos trens regulares para a Luz…

Mais algumas promessas não cumpridas; Linha 13-Jade, Santo André Guarulhos (Cumbica) também chamada de Linha 14-Onix, Monotrilho Linha 18-Bronze.

Consta do próprio blog da CPTM (Já do ano de 2013) de que a linha 10-Turquesa possui mais passageiros, mesmo ainda não tendo entrado em operação os monotrilhos da Linha 18-Bronze, e Linha 15-Prata com relação á Linha 7-Rubi, a escolhida para permanecer na Luz.

Como é que está esta questão, da retirada dos trens suburbanos procedentes do ABC Linha 10-Turquesa da Estação da Luz, Por que os movimentos sociais pela sua volta não estão tendo os devidos espaços no Diário do Grande ABC ?

Com uma possível volta da ligação Campinas, Jundiaí , Francisco Morato até S.Paulo, com os trens suburbanos, o local ideal para instalação da nova estação terminal S.Paulo dos passageiros procedentes da linha 7 Rubi, seria entre a estação da Luz e a estação Júlio Prestes (antiga Sorocabana) da CPTM, no local do antigo moinho que foi transformado em favela e parcialmente demolido recentemente após incêndio, e que possui grande facilidade de infra estrutura pois os trilhos de ambas estações passam paralelas e a modificações poderiam ser feitas com baixo custo, e são tecnicamente possíveis.

Não concordo com a opinião do Sr. Manuel Bandeira presidente da CPTM, quando diz: “Tecnicamente não tem como a operação voltar a Luz”, a troca da opção anterior de que os usuários tinham de se utilizar, as linhas 4-Amarela, e principalmente a linha 1-Azul, em troca da linha 2-Verde e o objetivo da mudança, é “garantir mais conforto”, certamente ele não deve ser usuário como eu desta linha, a não ser que ele considere fazer baldeação com linha superlotada um conforto!

Qual é a finalidade da 3ª linha central em 1,6 m, entre a estação do Brás até Capuava, que anteriormente servia a um trem expresso, e descida a Santos, que hoje esta ociosa ?

Dentre outras promessas;“Expresso ABC (SP) inscrito no PAC” de André Vieira 08/05/11 e este “Futuro expresso ABC, com estação terminal Bom Retiro” que consta na reportagem do Fábio Munhoz na folha 5 do Setecidades de 08/02/12, o projeto da Nova estação da Luz, o de Natália Fernandes da Linha 14-Onix Santo André / Guarulhos de 03/09/14 e o de Gustavo Pinchiaro Alkmin cobra aval da União para trem de 13/09/14?

Que incentivo é este ao uso de transporte público em que se tem de fazer múltiplas baldeações, assim como hoje esta acontecendo com os ônibus procedentes do ABC que tem que fazer no terminal Sacomã para prosseguir até o centro de S.P !?

Grato pela atenção, e a disposição para quaisquer esclarecimentos.

17 de setembro de 2014, 11:32

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Quem?

Alexandre Giesbrecht nasceu em São Paulo, em abril de 1976, e mora no bairro do Bixiga. Publicitário formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, é autor do livro São Paulo Campeão Brasileiro 1977 (edição do autor).

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