A Estação Butantã, pertencente à Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo e administrada pela ViaQuatro, foi inaugurada na última segunda-feira, dia 28 de março. Ela é muito parecida com as outras duas já operando no sistema, Paulista e Faria Lima. O que muda, basicamente, é a cor predominante, vermelha. Minha intenção era conhecer a estação e fotografá-la para publicar aqui. Essa missão foi cumprida, e mais abaixo há diversas fotos.
Como brinde ainda pude testemunhar que a ViaQuatro não sabe ainda se pratica censura ou não. Eu já estou acostumado a me sentir como um criminoso ao fotografar na CPTM, pois nunca sei se os funcionários estão a par de que é, sim, permitido fotografar ali. Nas estações adminitradas pelo Metrô nunca tive problema algum. Na minha única visita fotográfica à ViaQuatro, quando da inauguração da linha, eu não tivera problema algum. Fotografei o que quis e ninguém olhou torto. Mas, também, era o dia em que a linha foi aberta. Havia muita gente circulando, incluindo jornalistas, e provavelmente os funcionários ainda não tinham grande experiência no trato com o público.
Hoje, quando desembarquei na Butantã, consegui bater três fotos antes de ser abordado por um dos seguranças. Já fiquei imaginando: “Lá vem…” Mas não. Ele só me avisou que não podia usar o flash ali dentro. “Você pode fotografar à vontade, só não pode usar o flash“, disse ele. Gostei do “pode fotografar à vontade”. A falta do flash também não foi problema, pois minha câmera consegue compensar. Segui fotografando. Saí da estação e notei um prédio mais baixinho, do outro lado de uma rua que foi criada apenas para ônibus acessarem o terminal adjacente, também inaugurado na última segunda-feira e onde funcionam apenas duas linhas, uma rumo à Cidade Universitária e outra rumo à Luz — linha esta que será desativada assim que a Estação Luz, na outra ponta da linha for aberta. Essa rua é paralela às ruas Pirajuçara e Camargo, entre a Avenida Vital Brasil e a Rua MMDC, e ainda não consta no Google Maps.
Fotografei, de fora, a entrada desse prédio, adentrei-o e saí pelo outro lado, rumo ao terminal de ônibus. Então outro segurança abordou-me. O motivo provavelmente foi a minha câmera pendurada no pescoço, aliado à (falsa) impressão de que se tratava de uma câmera profissional. Seguiu-se então um diálogo que soará familiar a qualquer um que já tenha tentado fotografar com alguma frequência na CPTM, mas com um final um pouco diferente:
— O senhor estava fotografando aí dentro?
— Sim —, respondi, esquecendo-me que não tinha batido uma única foto dentro daquele prédio.
— O senhor é de algum órgão de imprensa?
— Não.
— O senhor é usuário então?
— Sim.
— E ninguém falou nada para o senhor?
— Falaram, sim. Falaram que eu não podia usar o flash.
Touché. Fico me perguntando se alguém deu instruções a respeito de fotografias ao corpo de seguranças. E, se deu, como foram essas instruções, porque não me parece nada coerente que um saiba que pode fotografar, mas sem o uso do flash, enquanto para outro fotografias poderiam ser proibidas. Segui, pois, meu caminho, fotografei o terminal de ônibus, voltei para a estação e tomei meu rumo.
Esta é a entrada do prédio anexo, que cobre as escadas rolantes de quem sai da estação rumo ao terminal de ônibus adjacente. Este prédio pode ser visto à direita na foto que abre este texto. Entrei por esta porta e, ao sair pela porta do outro lado, tive o diálogo acima.
O ainda subutilizado terminal de ônibus da Estação Butantã. Por enquanto, ele atende apenas uma linha que segue rumo à Cidade Universitária (o ônibus na foto) e outra que segue rumo à Estação da Luz, que será desativada quando a Linha 4 chegar ali, o que está previsto para até o fim de 2011.
Entrada lateral do prédio principal da Estação Butantã, pela Rua Pirajuçara. A grande maioria das pessoas que vi entrando ou saindo usava a entrada pela Avenida Vital Brasil.
Esta é a única entrada da Estação Butantã pelo outro lado da Avenida Vital Brasil. Ela fica na confluência da avenida com as ruas Engenheiro Bianor e Pirajuçara. É também a única entrada que não possui escadas rolantes, embora conte com um elevador para acesso de deficientes.
Este é corredor que dá acesso aos bloqueios da estação. À esquerda está a escada rolante que dá acesso à entrada principal da estação na Avenida Vital Brasil. O corredor que sai logo abaixo dela dá acesso ao prédio anexo e ao terminal de ônibus. Em frente, o acesso à Rua Engenheiro Bianor, cuja indicação nas placas da ViaQuatro está com dois nn, ao contrário das placas da rua e do Google Maps.
Passando pelos bloqueios tem-se acesso às escadas rolantes para alcançar as plataformas, que são laterais. São três níveis até o mezanino de distribuição. No total, são cinco níveis desde a Avenida Vital Brasil até as plataformas, e há escadas rolantes para chegar a todos eles.
O domo no topo do edifício principal lembra o que está na Estação Pinheiros, ainda não inaugurada, também da ViaAmarela, e também um pouco o da Estação Alto do Ipiranga.
O mezanino de distribuição para as plataformas é igual ao das estações Faria Lima e Paulista, também construídas pelo consórcio ViaAmarela. Possivelmente ele é assim também nas outras estações intermediárias (Oscar Freire, Fradique Coutinho e Pinheiros), pois elas também têm plataformas laterais. Essas três estações são visíveis no trajeto, embora normalmente permaneçam com as luzes apagadas. A Estação Pinheiros, na iminência de ser inaugurada — a promessa atual é entregá-la em abril —, está muito mais completa que as outras duas, que não têm um prazo certo de abertura.
No mezanino de distribuição havia essa rede, suponho que para impedir a jogada de objetos na via. Não me lembro de haver algo similar nas estações Faria Lima ou Paulista. E certamente não há algo assim nas estações mais antigas da Linha 1-Azul, de onde se tem uma visão ainda melhor da via, especialmente nas estações de plataformas laterais. Excesso de zelo?
Trem chega à Estação Butantã. Ao menos no dia em que fotografei, eles estavam chegando sempre na plataforma que terá no futuro o sentido Luz. Já na Estação Paulista, onde os trens costumavam parar alternadamente nas duas plataformas, agora eles chegam pela plataforma sentido Luz e, depois de solicitado o desembarque de todos os passageiros, seguem adiante para voltar pela outra plataforma para pegar passageiros no sentido Butantã.
Ótimas fotos, Alexandre. Já passei pelas estações Faria Lima e Paulista e, de fato, parece que o padrão das estações não vai mudar, o que é algo positivo, na minha opinião.
Lendo o post e cruzando-o com as informações da imprensa, é no mínimo curioso o fato de que uma estação que praticamente teve que ser reconstruída vai ficar pronta muito antes do que estações secundárias como Fradique Coutinho e Higienópolis-Mackenzie, que não têm prazo para ficaram prontas. Bom, pelo menos a Linha 4 vai ficar pronta antes de 2012 (pelo menos, é o que parece), ao contrário da Linha 5, que já era para estar pronta há pelo menos 2 anos atrás.
Também não vejo problemas em um padrão, Estéfano. As estações da Linha 1, por exemplo, seguem um padrão. Em Buenos Aires, as estações da Línea A também seguem um (lindo) padrão. As demais linhas, idem, embora não tão bonito. Já sua outra observação, bem, só temos a lamentar. Projetos esse pessoal sabe fazer aos montes (e como custam dinheiro!); agora, tirar do papel…
Tanto na estação quanto nas ruas e no Terminal de Ônibus, uma limpeza de primeiro mundo. Ótimas as fotos e bonita a estação.
Na foto do prédio anexo com a placa na cor amarela me deu a impressão da entrada do Banco do Brasil.
abs
Vamos ver quanto dura essa limpeza, Gilberto. A estação ainda está aberta somente num pequeno horário (segunda a sexta, das 8 às 15 horas) e ainda não tem algo que se possa chamar de um grande movimento. Mas torçamos para que a limpeza seja mantida. Claro, estou falando dos arredores, pois em geral as estações do Metrô são bem limpas.
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Alexandre Giesbrecht nasceu em São Paulo, em abril de 1976, e mora no bairro do Bixiga. Publicitário formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, é autor do livro São Paulo Campeão Brasileiro 1977 (edição do autor).