Por volta das 17h20 de hoje houve problema em uma das composições da CPTM entre as estações Luz e Barra Funda. Cheguei à Estação Luz pela Linha 1 do Metrô cerca de meia hora depois, para fazer a transferência para a CPTM e pegar justamente a Linha 7-Rubi na plataforma 2, a única linha que, partindo da Luz, segue para a Estação Palmeiras–Barra Funda. Os alto-falantes da estação avisavam que, para pegar a Linha 7, os passageiros deveriam se dirigir à Estação Palmeiras–Barra Funda. Sem a CPTM como opção, e com uma distância grande demais para ser coberta a pé, só sobrava como alternativa pegar o metrô, baldear na Sé e seguir pela Linha 3-Vermelha até a Barra Funda.
A transferência da CPTM para o Metrô na Luz, normalmente tranquila nesse horário, estava abarrotada como costuma ser pela manhã. A plataforma de embarque no metrô sentido Jabaquara, rumo à Sé, estava também apinhada. Consegui entrar no segundo trem. Ao chegar à Sé, duas estações depois, saí, pelo mais puro dos acasos, quase em frente a duas escadas rolantes que subiam rumo à plataforma da Linha 3 no sentido Palmeiras–Barra Funda. Ainda assim, levei quase cinco minutos para conseguir simplesmente chegar às escadas e subir por elas. O fluxo de pessoas na plataforma era tão grande que quando o trem seguinte chegou ainda havia muita gente que tinha chegado no mesmo que eu e, possivelmente, no anterior. Eu filmei o desembarque:
Ir da Sé à Palmeiras–Barra Funda não foi tão problemático. A plataforma até tinha bastante gente, mas nada surreal como se via no andar de baixo — ou mesmo na plataforma oposta, sentido Corinthians–Itaquera, que naquele horário é a visão do inferno. Na Barra Funda, sim, os problemas voltavam a ficar evidente. Como eu fiz por muito tempo diariamente a transferência ali, mais ou menos naquele horário, eu sabia que a situação estava muito longe da normalidade. Costuma haver alguma fila nas catracas de transferência do Metrô para a CPTM, só que desta vez a fila fagocitava os corredores de acesso, como se nota na foto abaixo e na que abre este texto.
Quando o fluxo vindo da CPTM diminuía, as catracas nesse sentido ficavam vazias, e o pessoal dava um jeito de passar por elas no sentido oposto. Na foto acima, vê-se as três “técnicas” utilizadas: passar por cima, espremer-se afastando os braços da catraca e passar por baixo.
Passada a catraca, o problema passava a ser chegar à plataforma da Linha 7. O alto-falante informava que os trens que estavam nas plataformas 8 e 9 (na verdadem uma plataforma central que serve à Linha 7) não prestariam mais serviço, algo que normalmente é reservado apenas às composições que param na plataforma 10. Enquanto isso, as plataformas 8 e 9 não apenas tinham cerca de três vezes mais pessoas que o normal para o horário, como o mezanino de distribuição também era lotado por uma multidão. Afinal, ali havia o movimento da Palmeiras–Barra Funda somado a boa parte do movimento que deveria estar na Luz, tudo isso agravado por atrasos diversos.
Àquela altura, o twitter oficial da CPTM informava que havia intervalos aiores na Linha 7, mas em nenhum momento falou nada sobre evitar a Estação da Luz. Isso ficou a cargo dos usuários, mesmo, como eu, mas com alcance bem mais limitado, ao menos individualmente. Talvez a ligação entre Luz e Barra Funda já estivesse restabelecida de alguma maneira, porque um trem que chegou na plataforma 8 estava vindo daquele sentido e tinha passageiros dentro. Ele parou, abriu as portas, mas praticamente não esvaziou em nada a plataforma, ainda alimentada por um fluxo constante de pessoas descendo as escadas. Segundo a própria CPTM, o sistema só voltaria ao normal por volta das 19h20, duas horas depois da pane original. O site da Folha trouxe uma nota sobre o ocorrido, ilustrada por uma foto minha, também usada na home do portal.
Não fiquei para ver como a Linha 7 se comportaria. Felizmente, eu tinha a opção de pegar a Linha 8-Diamante, pois iria apenas até a Lapa, onde existem duas estações homônimas (embora distantes cerca de quinhentos metros e sem nenhum tipo de ligação). A plataforma dessa linha estava com apenas com um volume um pouco maior de passageiros. Meu atraso foi de cerca de meia hora no final das contas, menos do que eu esperava. Mas eu tinha essa alternativa. E quem não tinha?
Só para lembrar, no próximo domingo as tarifas do Metrô e da CPTM passam dos atuais 2,65 reais para 2,90 reais.
Todo político, em todos os níveis, devia viver três meses com salário mínimo, tomar trens por uma semana, usar o SUS e torcer pelo Corinthians pelo menos uma vez na Libertadores. rrss
Eu até concordaria, Zé Maria, mas o último item é cruel demais até para com políticos! hehehehe
Vejo que você gosta muito de trens e estações. Se um dia eu for fazer um passeio na Europa será aquele de viajar a Europa somente de Trem.
Por falar em trens, passou o filme “O Trem” com Burt Lancaste e Jeanne Moreau ambientado na França ocupada de 1944. Filme de 1964 que assisti em 1965 no cine Astor. Filme em preto e branco e considerado um dos melhores dos anos 60.
E você verá muitas artimanhas nas estações ferroviárias da França daquela época. De primeira !
E melhor que assistir ao Corinthians pela Libertadores. Pelo menos por enquanto, rs.
abs
Eu já fiz esse périplo pela Europa de trem, embora ainda não tivesse o interesse de hoje, e sempre recomendo, pois vale muito a pena. Meu trajeto ferroviário foi Aeroporto de Frankfurt, Frankfurt, Hannover, Frankfurt, Zurique, Basileia, Bâle (mudei de estação, cidade e país apenas atravessando uma porta), Luxemburgo, Bruxelas, Amsterdã, Colônia, Aeroporto de Frankfurt. E, claro, você sabe que aproveitei para andar muito de trem na minha última viagem a Buenos Aires.
Quanto ao filme, não assisti. Vou ver se consigo achá-lo de alguma maneira. Nem locadora existe mais perto da minha casa…
O filme vale a pena mesmo. É um clássico, com certeza você achará nas locadoras.
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Alexandre Giesbrecht nasceu em São Paulo, em abril de 1976, e mora no bairro do Bixiga. Publicitário formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, é autor do livro São Paulo Campeão Brasileiro 1977 (edição do autor).