Pseudopapel

A casa mais antiga do Bixiga

Casa mais antiga do Bixiga em 2010

No fim de novembro estive no Arquivo Público do Estado de São Paulo para, como faço várias vezes, pesquisar jornais antigos. Na pasta contendo edições do Jornal da Tarde de outubro de 1981, por acaso trombei com uma matéria sobre o Bixiga, onde eram contadas várias características da região e de seus habitantes, além de parte da história do bairro, como a controversa origem do nome, que provavelmente nunca será esclarecida. O texto era bem longo, e serviu como uma das fontes na detalhada atualização que fiz no verbete sobre o ex-jogador de futebol Feitiço na Wikipédia. Mas o que mais chamou minha atenção foi uma foto, cuja legenda era simplesmente “A casa mais velha do bairro (é de 1889), na rua São Domingos”.

No texto, nenhuma menção à casa, embora eu tenha certeza de que estavam falando dela como a mais antiga ainda de pé, até porque as origens do bairro vão bem além de 1889. Imediatamente surgiu a curiosidade de saber como ela está hoje. Ou melhor, se ela teria resistido por quase trinta anos em uma cidade que tem notório descaso para com sua própria memória. A única pista, a rua onde a casa ficava, só serviria se a casa estivesse ainda lá e sem ter passado por nenhuma reforma radical, mas resolvi percorrer a Rua São Domingos para tentar achá-la.

Hoje ocupando o número 231, a casa ainda está de pé, embora você já deva ter adivinhado isso ao ver a foto acima. E num estado de conservação até melhor do que estava em 1981, embora estejamos longe de poder dizer que ela está bem conservada. Basta comparar com a foto abaixo, de Sidney Corrallo, publicada no JT em 26 de outubro de 1981. No Google Maps é possível visualizá-la por cima ou de frente.

Casa mais antiga do Bixiga em 1981 (foto JT)

5 comentários

Douglas Nascimento (14)

Olha, tenho quase certeza que a afirmação está errada. Eu acho que a matéria deve estar dizendo que a casa mais velha de pé, à época.

No livro do Bexiga, mencionam outra casa ainda mais antiga na rua da Abolição (eu acredito mais na teoria da rua da Abolição).

De qualquer forma já entrei nesta casa, é muito antiga e muito legal. Se eu não me engano ainda mora lá um ator de teatro.

17 de janeiro de 2011, 13:39

Alexandre Giesbrecht

Sim, também acho que estão falando da casa mais antiga ainda de pé. Ao menos foi isso que imaginei ao ler o texto, pois as origens do bairro vaão até bem antes de 1889. Melhor deixar isso claro no texto.

17 de janeiro de 2011, 14:46

gilberto maluf (66)

Cheguei a ir ao Arquivo Público da cidade quando era no Ibirapuera e levava o nome de DAMU, Depto de Arquivo do Município. Por volta de 1975 eu fazia pesquisa dos prédios da rua Sete de Abril para a passagem do Shield do Metrô da Linha Leste Oeste. Vi muitas construções antigas. Dentro dos processos muitas fotos históricas que na época já valia a pena ver.
Fugindo um pouco do assunto, as primeiras fundações da rua Sete de Abril, quando não em fundação direta ( sapatas ) eram em estacas de aproximadamente 7,0 m ,cravadas com o martelo depois de puxado por um burro de carga.

17 de janeiro de 2011, 15:06

Alexandre Giesbrecht

Uma das pesquisas que tenho feito ao ir para lá é a inauguração de algumas das estações mais centrais da linha Leste–Oeste, como a Santa Cecília, que será assunto de um texto mais para a frente. Aliás, a República que deve ter sido um grande problema, não? Quer dizer, eu já imaginava que sim, pois a estação é bem funda. Ok, boa parte dela fica sob a praça, mas os túneis têm de vir de algum lugar, não é? E ainda há que se adicionar à equação o fato de a Anhangabaú ficar num nível bem mais baixo do que a Praça da República. Quer dizer, nada disso é novidade para você, imagino, mas gostaria de testar minha teoria.

17 de janeiro de 2011, 17:13

lorrane nascimento (1)

cheguei a ir no arquivo pùblico da cidade quando era no ibirapuera e levava o nome de DAMU, depto de arquivo do Municipio.por volta de 1975 eu fazia pesquisa dos prèdios da rua Sete de Abril para a passagem do Shield do Mêtro da linha leste Oeste. vi muitas cronstruções antigas.

22 de fevereiro de 2018, 14:19

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Quem?

Alexandre Giesbrecht nasceu em São Paulo, em abril de 1976, e mora no bairro do Bixiga. Publicitário formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, é autor do livro São Paulo Campeão Brasileiro 1977 (edição do autor).

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