Pseudopapel

Algumas cenas na Estação da Luz

Gare da Estação da Luz

Quem vê a imponência da Estação da Luz do lado de fora muitas vezes não imagina null, de bom ou de ruim. Ou talvez imagine, só não faça ideia da proporção. Por todo o significado que a estação tem para São Paulo, especialmente sua silhueta externa, seu subdimensionamento é quase desconhecido por quem nunca passou por lá. Comparar com estações de trem europeias é covardia, já que naquele continente o transporte ferroviário de passageiros é constante entre cidades e países, mas não é uma comparação tão estapafúrdia assim se imaginarmos que quando a Estação da Luz foi construída São Paulo ainda tinha um serviço regular de trens de passageiros para boa parte do interior de São Paulo.

E a estação tupiniquim perde feio em quase todos os quesitos, como o número de plataformas: 24 contra apenas 4 — esse número de quatro plataformas na Luz certamente surpreende a muitos que nunca passaram por lá. Motivos para essa diferença não faltam, como o maior número de passageiros transportados, maior número de trens operando, maior número de linhas etc. Na Luz são apenas três linhas, as de número 7, 10 e 11 da CPTM.

E esse número de linhas já é grande demais para o número de plataformas que lá existem. As linhas 7 (Luz–Francisco Morato) e 10 (Luz–Rio Grande da Serra) são atendidas por uma plataforma cada uma, o que obriga quem vai desembarcar a lutar por cada centímetro quadrado com quem vai embarcar. A cena mais comum é que cerca de 90% dos passageiros que vão desembarcar (alguns não desembarcam, pois foram até a Luz apenas para voltar sentados no sentido “certo”) consiga seu feito graças a um verdadeiro corredor polonês que os que vão embarcar formam, como se pode ver na foto abaixo, tirada em um horário em que o embarque é mais tranquilo na plataforma 2.

Os outros 10% têm de enfrentar a avalanche de gente que não aguenta mais esperar para embarcar com medo de ficar do lado de fora. E isso porque o trem não costuma ficar pouco tempo com as portas abertas ali. Não raro, há pessoas que não conseguem desembarcar e têm de contar com a gentileza de alguns poucos para abrir caminho ou, pior, acabam obrigadas a ir até a estação seguinte para depois voltar e enfrentar a turba novamente. Isso acontece mesmo quando o movimento não é tão grande. Pela falta de plataformas, apenas a Linha 10, a de maior movimento na Luz, tem direito a uma plataforma de embarque e outra de desembarque, esta central, dividida com a da Linha 7.

Com a plataforma lotada ou não, com os passageiros espremidos ou não, ontem notei que estão fazendo uma obra na plataforma 1, pouco além da gare no sentido Rio Grande da Serra. Não identifiquei o que podem estar construindo ali, à beira da Rua Mauá. Quem quiser dar uma olhada na foto abaixo e arriscar um palpite pode usar a caixa de comentários — é só não ligar para o mofo que se acumula pela falta de uso. Abaixo dessa foto coloquei uma das obras da futura Estação Luz da Linha 4-Amarela, que será integrada com a Estação Luz da Linha 1-Azul e a Estação da Luz da CPTM. Talvez tenha algo a ver. Para situá-la, basta comparar o prédio bege à esquerda nas duas fotos.

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4 comentários

Daisy Schmidt (4)

Pq vc não perguntou??? Agora eu fiquei curiosa

31 de agosto de 2010, 19:03

Alexandre Giesbrecht

Do jeito que estava a estação (terceira foto), não havia para quem perguntar…

1 de setembro de 2010, 8:19

Felipe Golfeto (2)

Na penultima foto mostra a reconstrução de um muro com as caracteristicas originais. Esse muro desmoronou durante as obras da estação em 2000, e por muitos anos ficou só o concreto puro.

21 de novembro de 2010, 14:45

Alexandre Giesbrecht

Obrigado pela informação, Felipe. Pelo avanço da obra, ainda não daria para saber o que é, pois está meio lenta. E, como fica mais ou menos no sentido da estação de metrô da Linha 4-Amarela, daria para imaginar (embora fosse pouco provável) que tivesse algo a ver.

21 de novembro de 2010, 21:45

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Alexandre Giesbrecht nasceu em São Paulo, em abril de 1976, e mora no bairro do Bixiga. Publicitário formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, é autor do livro São Paulo Campeão Brasileiro 1977 (edição do autor).

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