Pseudopapel

Campos Elíseos não é aqui

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Campos Elíseos já foi um dos bairros mais nobres de São Paulo, procurado por cafeicultores que buscavam a proximidade com as duas estações centrais paulistanas, ponto de partida para suas fazendas no interior. Hoje o bairro é conhecido quase que apenas por ser um dos principais focos da chamada Cracolândia. A foto acima dá uma pista do motivo para a degradação do bairro: a poucos quarteirões dali, quase não se vê mais o bairro. Na foto, prédios, prédios e mais prédios em Santa Ifigênia escondem o bairro vizinho, que também já teve muitos de seus antigos casarões substituídos por prédios. Com a classe média fugindo do centro, muitos desses prédios foram abandonados, gerando um efeito cascata que deixa o bairro mais parecido com uma cidade fantasma à noite. Ninguém mais sonha em morar nos Campos Elíseos (ou em Santa Ifigênia). Muitos têm medo de passar por ali. Até o pôr-do-sol perdeu o seu charme. Ainda assim, segue-se montando novos “paliteiros” de prédios em bairros já saturados, talvez com a ideia de que os bairros hoje procurados nunca se degradarão. Mas os prédios de hoje, isolados cada qual em sua própria bolha, têm sobre a vizinhança o mesmo efeito que prédios abandonados. Pegue-se a Rua Deputado Laércio Corte, no Panamby, como exemplo. Ela tem quase que exclusivamente empreendimentos murados de alto padrão. Quem passa por lá à noite? Apenas seus moradores, em carros muitas vezes blindados. A sensação de insegurança na cidade, presente em quase todas as esquinas, lá é quase palpável. É uma rua sem vida. Qual é a diferença dela para a Rua Helvétia, no coração da Cracolândia? Apenas os usuários de drogas.

1 comentário

Zé Maria Aquino (67)

Onde foi parar o projeto de reubarnização do centro? Por que não cuidam dos infelizes drogados vendo-os como um caso de saúde e não de polícia? A Constituição não apenas permite, mas obriga, o governo a cuidar da saúde do povo, mas eles, para deixarem esxses abandonados perambulando por ali como verdadeiros zumbis, alegam que não pode tirar a liberdade de ir e vir deles.. Uma lástima. No Rio eles são tratados como doentes e nção criminosos, e assim podem ser tirados das ruas como incapazes, que são. abs

10 de setembro de 2012, 15:28

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Alexandre Giesbrecht nasceu em São Paulo, em abril de 1976, e mora no bairro do Bixiga. Publicitário formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, é autor do livro São Paulo Campeão Brasileiro 1977 (edição do autor).

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