Pseudopapel

Praça Ramos vista do Edifício Mercantil Finasa

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Nesta última semana visitei um cliente que fica no vigésimo andar do Edifício Mercantil Finasa, localizado entre a Rua Líbero Badaró e o Vale do Anhangabaú, com entradas pelos dois logradouros. Da sala de reuniões onde eu estava, a vista era essa acima. O centro de São Paulo visto do alto é sempre impressionante — esse é o adjetivo mais correto, pois muitos não acharão essa paisagem bonita, mas têm de admitir que ela é, como eu disse, impressionante. Nessa foto pode-se ver vários dos mais conhecidos prédios do centro, destacados na foto abaixo: o Hotel Jaraguá (na esquina das ruas da Consolação, Martins Fontes e Major Quedinho), o Louvre (na Avenida São Luís), o Copan (na Avenida Ipiranga), o antigo Hilton (também na Avenida Ipiranga, atualmente é conhecido como Edifício Ipiranga 165 e abriga os gabinetes dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), o Edifício Itália (na esquina das avenidas Ipiranga e São Luís), o Eiffel (na Praça da República), o Shopping Light, o antigo Mappin e o Theatro Municipal (os três na Praça Ramos de Azevedo), além do Viaduto do Chá, no canto inferior esquerdo. Caso queira, você pode visualizar a foto de cima em resolução completa.

Edifícios destacados no centro de São Paulo

O Edifício Mercantil Finasa tem 35 andares e 129 metros de altura, e sua construção começou em 1969, encerrando-se em 1973. Ele fica logo ao lado do Edifício Grande São Paulo (que foi retratado em uma novela recente da Rede Globo como “Edifício Titã”), que tem a mesma altura e chega a dar a impressão de ser uma torre gêmea para quem olha de relance. Nenhum dos dois é particularmente bonito — muito pelo contrário —, mas são imponentes. Na foto abaixo, de janeiro de 2009, vê-se praticamente o ângulo oposto à foto de cima. O Mercantil Finasa está à direita do Theatro Municipal (que está em primeiro plano), com o Grande Sampaio atrás deste. À direita da foto, o Edifício Sampaio Moreira, de doze andares, construído em 1924 na Rua Líbero Badaró e considerado o primeiro arranha-céu de São Paulo. E, sem dúvida, muito mais bonito que o Mercantil Finasa ou o Grande São Paulo.

Theatro Municipal e edifícios Grande São Paulo e Mercantil Finasa

22 comentários

gilberto maluf (66)

Esta foto ficou muito bonita. E a cidade de São Paulo vista assim é linda e a parte central onde aparecem os edifícios da Light e o Teatro Municipal lembra algumas grandes cidades da Europa.
Não sei porque, o edifício da Light me lembra Berlin de Hitler.
Alexandre, seu conhecimento da cidade de São Paulo é impressionante.
abs

10 de março de 2012, 18:11

Alexandre Giesbrecht

Gilberto, teria o Shopping Light alguma (leve) semelhança arquitetônica com o Reichstag? Sobre o conhecimento da cidade, Google e Wikipédia ajudam demais! hehehehehehe

10 de março de 2012, 18:17

ralph mennucci giesbrecht (42)

Convenhamos, com exceção do predio da Light, do Teatro Municipal e daquele predio anos 1920-30 atrás do Teatro, a paisagem é simplesmente horrorosa. Bombardeio nela JÁ!

10 de março de 2012, 19:32

Alexandre Giesbrecht

Eu gosto também do prédio do Mappin, do Louvre, do Hotel Jaraguá e até do Edifício Eiffel, que é do Niemeyer (mas não parece; talvez por isso que eu goste). Isso sem falar em outros prédios menos conhecidos na Xavier de Toledo e outros da Barão de Itapetininga que não aparecem na foto. Eu já estive no prédio dos anos 1920 ou (mais provavelmente) 1930 atrás do Theatro Municipal, uns dois ou três anos atrás, para um exame de raios-x! É um prédio dos mais bacanas e está muito bem conservado.

10 de março de 2012, 20:42

gilberto maluf (66)

Ao longo do tempo vi fotos de prédios nazistas nas Olimpíadas de 1936 e do início da segunda guerra, quando estavam perfeitos e embandeirados com as suásticas.
O Prédio da Light tem leve semelhança mesmo.

10 de março de 2012, 21:08

Alexandre Giesbrecht

Como eu sou extremamente longe de ser um especialista em arquitetura, vou só pelo feeling, mesmo!

10 de março de 2012, 22:44

Adriano Matos (4)

Ótimo post !
Fico imaginando o canteiro de obras que foi esse lugar, pra erguer tantos prédios. E a história de cada um ? Como será o interior dele, o que acontecem nestas paredes ? Incrível mesmo.

Fiquei curioso com essa mancha ao lado do prédio do Mappin, como se fosse um tiro, seria alguma sujeira no vidro ?

Infelizmente vendo por cima, muitos dos prédios deixaram a manutenção de lado, estão sujos e largados.

12 de março de 2012, 15:52

Alexandre Giesbrecht

Oi, Adriano. Aquela marca de tiro está com cara de ser algo pintado na fachada cega do prédio ao lado.

12 de março de 2012, 16:23

gilberto maluf (66)

Por falar em prédio do Mappin me lembro de andar naqueles elevadores lotados. E quando a fila era enorme a gente ia pelas escadas laterais e tinhamos que pedir licença.
Incrível como na vida tudo muda. Hoje nem sei que comércio está por lá.
A administração Ricardo Mansur comprou o Mappin e a Mesbla para depois fraudulentamente levá-las à falência.
Outro dia encontrei uma senhora que gostava de fazer compras no prédio da Mesbla da rua 24 de Maio. Mudei um pouco de local porque aquele prédio é digno de comentários e lembranças.
abs

12 de março de 2012, 17:58

Ralph Giesbrecht (42)

Eu fui muito na Clipper, Mappin, Mesbla, Sears… eram bem diferentes das lojas de departamento de hoje, que, aliás, nem se pode dizer que ainda existam. Existe ainda algum desse tipo de lojas?

12 de março de 2012, 18:04

gilberto maluf (66)

Alexandre, eu sabia muito das características dos prédios e dos construtores desta parte da cidade. Em 1975 já trabalhava na Cia. do Metropolitano de São Paulo e a empresa selecionou uma faixa da cidade para a futura passagem do Shield e durante um ano fiz pesquisas nos prédios para tentar conhecer o tipo de fundação de cada prédio. Em alguns casos eu conseguia as plantas de fundação. Fui em muitos arquivos mortos de construtoras que não mais existiam, falei com engenheiros aposentados, fui ao arquivo do município, o DAMU entre tantas outras tentativas.
Algumas particularidades: alguns construtotures tinham estilo próprio e só de olhar a fachada já sabia quem era. A construtora Arnaldo Maia Lello era desse tipo; ouvi relatos de cravação de estacas na 7 de Abril com jumento ou burro puxando o cabo com o martelo; tinha prédio com fundação mista, estaca, tubulão e fundação direta, etc.
Hoje sinto falta da minha agenda onde anotei muitos nomes . Acho que foi jogada fora.
abs

12 de março de 2012, 18:10

gilberto maluf (66)

Clipper, Mappin, Sears e Mesbla já não mais existem.
Dá saudades.

12 de março de 2012, 18:12

Zé Maria Aquino (67)

Essa parte da cidade, que chamam centro novo – o velho, mudado, é onde está a Sé, tem alguma coisa parecida com a antiga Berlim. A nova está muito para a Berrini. Moderna, imponente, largas avenidas. Aliás, dizem que arquitetos alemães visitam a Berrini,,,O edifício da Finasa, como os outros dois, que inclui o do Banco de Boston, fazia parte de três belíssimas construções, que jamais deviam ter sido destruidas. No do meio ficav a a Câmara Municipal, até os anos60. Tinha um belo salão, com janelões para o vale (onde dancei muitooooo). Tente encontrar fotos dos três edifícios – provavelmente obras do mesmo arquiteto – você vai adorar. No que onde hoje está o Banco de Boston tinha o restaurante Franciscano – que depois foi para o início da avenida Consolação. Ali, além de ssaborear bela comida alemã, com belo chope, claro (e escuro, rrss), se paquerava da tarde até altas horas da noite…Fechei os olhos e vi aqueles belos edifícios. Tente. abração

12 de março de 2012, 20:38

Alexandre Giesbrecht

Acho que a única loja de departamentos minimamente parecida com as citadas acima é a Americanas. E, ainda assim, com lojas cada vez menores, a semelhança é pequena. Ou, vá lá, um Walmart da vida. No prédio do Mappin hoje funciona uma Casas Bahia.

Agora, essas histórias do Gilberto sobre a construção do Metrô mereciam um blog à parte, porque ele ainda tem muita para contar! Essa pesquisa das fundações talvez tenha parecido chata ou mesmo banal à época, mas certamente ele desenterrou vários tesouros que depois se perderam de novo, infelizmente, porque em 1975 não havia blogs. hehehehehe

Ah, e como pude me esquecer de citar os belos palacetes que ficavam no lugar dos edifícios Mercantil Finasa e Grande São Paulo e do da esquina com o Viaduto do Chá?

12 de março de 2012, 23:08

Ralph Giesbrecht (42)

A demolição dos palacetes do Vale – eram três, e cada um durou em pé menos de 50 anos – foi um crime. Não sei quem autorizou e não vi nenhuma grande reação a essa demolição em jornais e revistas da época, o que mostra uma alienação enorme em relação a isso do povo em gerel e da própria imprensa. Houve muita gente que nasceu e morreu tendo visto sua construção e sua demolição. Enquanto isso, na Europa, passam-se gerações e gerações com prédios maravilhosos em pé (remember Coliseu…). Tenho muitas fotografias desses casarões em meu acervo.

13 de março de 2012, 7:03

gilberto maluf (66)

Lembro-me de ouvir que, na época, que as obras eram custeadas pelo regime de administração. Tocava-se a obra e cobrava-se o preço.
Fui ao arquivo morto da Construtora Severo e Villares que ficava num prédio alto na Libero Badaró, o mais alto depois do Othon Hotel.
Eles fizeram vários prédios, estádios, teatros, etc, em conjunto com o Escritório Técnico Ramos de Azevedo.

13 de março de 2012, 9:03

Adriano Matos (4)

Alexandre, estava “passeando pelo centro virtualmente” pelo Google Street View, e por acaso vi aquela pintura parecendo tiro na fachada cega do edificio, olha só :

https://www.google.com.br/maps/preview#!q=Rua+Bar%C3%A3o+de+Itapetininga%2C+S%C3%A3o+Paulo&data=!1m8!1m3!1d3!2d-46.639362!3d-23.545459!2m2!1f251.68!2f110.09!4f75!2m4!1e1!2m2!1swuf0mdHejc0BFIAr-G30Qg!2e0!4m10!1m9!4m8!1m3!1d5867!2d-46.655568!3d-23.56087!3m2!1i1280!2i616!4f13.1&fid=5

Voltei aqui correndo, depois de tanto tempo, pra comentar isso ! Abraços !

24 de julho de 2013, 17:49

Alexandre Giesbrecht

Oi, Adriano.

É, eu já tinha passado mais algumas vezes por ali e não deixei de notar, mas acabei esquecendo de colocar aqui. De qualquer maneira, o seu link já mostra para quem mais cair aqui!

Abraço!

7 de agosto de 2013, 10:39

Jose M. Aquino (67)

Preciso aumentar as visitas ao centro. Ao velho, onde vou mais vezes buscar um certo remédio. E agora mais ao chamado novo, do outro lado do Viaduto do Chá. caminhando para a República. As mudanças já não são tantas, mas cada vez mais a gente, sem pressa, descobre ângulos e detalhes magnificos. abss

7 de agosto de 2013, 18:21

Luiz Henrique (1)

Os edifícios são bonitos, sim, só que de outro estilo, mais moderno.
Quanto à altura, é sempre aquela dúvida: 129 metros contando do nível da rua ou do sub-solo?

10 de dezembro de 2015, 9:46

gilberto maluf (66)

Fazia tempo que não aparecia por aqui. Reli os comentários de todos. Muito bom.

23 de janeiro de 2016, 13:55

Aoibheann O'Flynn (1)

Hey,

We’d love to use the top photo from this article for some event artwork for a show we’re doing in Sao Paulo- would be great to chat about this, drop me an email!

Thanks

25 de agosto de 2016, 9:54

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Quem?

Alexandre Giesbrecht nasceu em São Paulo, em abril de 1976, e mora no bairro do Bixiga. Publicitário formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, é autor do livro São Paulo Campeão Brasileiro 1977 (edição do autor).

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