Com minha viagem a Buenos Aires cada vez mais próxima e com meu amigo José Maria de Aquino visitando a cidade, resolvi vasculhar o arquivo de fotos da minha lua de mel naquela cidade, em março de 2006. É claro que, em fotos de lua de mel, na maior parte delas aparecemos nós dois ou um de nós, então selecionei as fotos que mostram alguns dos belos locais por onde passamos. E se alguém quiser se candidatar a identificar onde é o trecho que aparece acima, pode deixar o palpite na caixa de comentários. Dica: eu não faço ideia de onde seja.
O cabildo de Buenos Aires certamente não é o lugar mais bonito da cidade (embora bem longe de ser um lugar feio), mas, diante deste céu, ele ganha destaque, mesmo com os prédios atrás. Minha amiga Cristina Castro sempre reclama do céu de São Paulo, que não tem lá um grande hábito de ficar azul, e eu costumo imaginar que o motivo seja a poluição de uma metrópole ou algo que tenha a ver com o tamanho da cidade. Esse argumento já não se sustenta na comparação com Belo Horizonte, a cidade natal dela, que é bem menor que São Paulo, mas é uma cidade grande, e perde totalmente a força quando se vê estas fotos, tiradas no equinócio de outono.
O passeio de que mais gostamos certamente foi o Tren de la Costa. A maioria dos que fazem esse passeio têm como destino um outro passeio, de barco, pelo Rio Tigre. Não era o nosso caso: fomos para andar de trem e conhecer cada uma das estações. Existe um passe especial para quem quiser descer em todas elas. Apesar de ainda ser utilizado por algumas pessoas como meio de transporte diário, hoje o Tren de la Costa é principalmente um trem turístico. Quase todas as estações deram lugar a restaurantes ou bares e colocam mesas nas plataformas. Ou seja, elas não são mais estações, mas meras paradas. Mas são paradas com muito charme.
Uma das estações, San Isidro, deu lugar a um shopping center a céu aberto. E, sim, é aquele céu azul que se viu pouco acima. San Isidro também é o bairro que o Zé Maria está visitando, então a terceira foto abaixo é em sua homenagem.
A Estação Borges foi talvez a mais simpática e aconchegante que visitamos no Tren de La Costa. É a penúltima para quem está voltando.
O único problema do passeio é que não há integração com o metrô. Mesmo com os trens metropolitanos não há integração, e a partir da última estação é necessária uma breve caminhada até a estação terminal Bartolomé Mitre. Foi o que fizemos, e o trem lembrou bastante os da Linha 8-Diamante da CPTM. Não vai agradar a muitos turistas, mas as paisagens que se vê da janela em boa parte do percurso valem a pena. Isso sem falar que a chegada é na belíssima Estação Retiro, abaixo. Uma última dica sobre o Tren de la Costa: não são todos os taxistas que sabem chegar lá. Alguns com que cruzamos sequer tinham ouvido falar dele.
Que lindo o céu de Buenos Aires!!
Até hoje não fui pra lá, acho que sou a única dentre todas as pessoas que conheço que nunca esteve lá =/
E hoje comentei aqui, em vez de só no GReader, já que tive a honra de ver que minha teoria da Terra Cinza foi citada =)
bjos
Que lindas estações e bem cuidadas! Acho que as antigas estações ferroviárias do estado de São Paulo tinham também um pouco desta beleza.
Mas sequer chegavam perto das estações Borges e Anticuario. Que beleza.
Fomos “desenvolvidos” com bitolas diferentes e depois com estradas de rodagem. Não dava mesmo para competir.
abs
Muitas das estações do estado de São Paulo (e do resto do Brasil) tinham muito dessa beleza, e algumas a mantêm até malcuidadas e/ou parcialmente destruídas. Elihu Root, em Araras, é um caso clássico. Em caso de um projeto parecido com o Tren de la Costa na região, Elihu Root certamente seria uma das mais simpáticas. Mas isso nem conjectura é; é sonho, mesmo.
Sobre os problemas que causaram a derrocada do transporte ferroviário de passageiros no Brasil, meu pai escreveu um livro sobre o assunto, chamado Um Dia o Trem Passou por Aqui. Se te interessar, no link há instruções de como comprá-lo.
Ops, que legal. A lembrança do amigo aqui e as fotos, que cada vez mais mostram você, Alex, como uma pessoa de grande sensibilidade. Fiquei num condomínio em que o trem passa juntinho ‘a portaria e a estação fica logo ali…O shopping junto ‘a catedral é muito bacaninha e se vê grupos de turistas caminhando por ali, levados pelo trem e por ônibus. A catedral também é muito bonita. Aqueles lados de lá são os melhores para se morar em BUA. Na verdade, na grande BUA., uma cidade bonita, simpática, limpa – pelo menos por onde passei agora -, sem buracos nas ruas (coisa que mais me irrita por aqui). Com os netos morando lá agora, acho que a todo momento terei de passar por lá. Preferia antes, ir para Miami e Orlando. rrss. Boa viagem. Aproveite a segunda Lua de Mel.
Quer dizer que os netinhos não vão mais jogar beisebol? Que pena!
San Isidro é realmente uma cidadezinha que parece pegar o que têm de melhor as nossas cidades grandes e as pequenas. Temos muito que aprender com os portenhos. Não acho que Buenos Aires seja perfeita, mas é visível a maior civilidade presente naquela cidade. Nesta minha próxima viagem acho que conseguirei mostrar alguns contrastes interessantes por lá, ao menos pelos percursos que tomarei.
Temos coisas melhores, como eles também têm. A cidade, lá, é mais limpa, mais tranquila, poucas paredes sujas pelos porcalhões, asfalto sem remendos ridículos como aqui etc. Vamos esperar sua nova visão da cidade. Sabe como é, uma coisa é visitar uma cidade e outra é morar nela, conhecendo suas coisas boas e seus problemas. Até novos relados, de lá. abrs
O Tommy tem só 5 anos e e o contrato de trabalho em BUA é de três anos. Poderá continuar, poderá voltar a Miami, ir para Nova Iorque, ao Oriente.. Por enquanto ele é um tremendo radical. Gosta de esporte de perigo, mas quem sabe lá na frente. rrss
Sem dúvida. Mas, dependendo de como se encara a cidade onde se vive, sua visão vai pegar as coisas ruins, mas ressaltar também as boas. Eu adoro São Paulo, apesar de seus problemas. Mas conheço gente que mora aqui e odeia a cidade, quer de toda maneira ir para outro lugar. Nesta minha próxima viagem a Buenos Aires, vou pegar trem metropolitano (como já fiz da outra vez, aliás) e vou também para bairros mais afastados do centro e mais pobres. Talvez minha visão desta vez seja um pouco afetada por isso. Veremos.
Vamos ver no que vai dar a mudança do Tommy. Ele tem nacionalidade brasileira, não? Quem sabe, se decidir seguir pelo beisebol, não se tornará o primeiro brasileiro nas grandes ligas?
Fui muitas vezes a BUA. Nas primeiras não se via favelas. Depois elas foram surgindo no caminho para o aeroporro Ezeiza, naquele tempo pouco povoada. Agora os 50 quilômetros que vão da cidade ao aeroporto estão tomados de casas e prédios. Ali perto da estação do Retiro (a central) tem uma favela, mas nada perto das que vemos por aqui, em todos os bairros e lugares. Nunca andei pelos da Zona Sul de lá. Divirta-se e curta a cidade, que é legal, embora o portenho seja meio mascarado. abrs
O pessoal de Buenos Aires que já conheci, seja aqui no Brasil ou lá, sempre foi muito simpático. Quando passei por Retiro cheguei de trem e saí de metrô, então não vi muito do entorno. Para quem chega de trem, a paisagem não é muito diferente da que veem as pessoas que chegam à Luz (ou à Júlio Prestes) vindas do oeste, embora haja muito mais trilhos em Buenos Aires. Quero ver se também dou um pulo na outra estação central, a Constituición.
Quando vem da região de San Isidro para a estação central, no Retiro, o trem percorre um longo caminho pela parte mais verde e rica de BUA. Dali onde estão as dezenas de quadras de tênis, mais para frente, já chegando ao Retiro, a favela (pequena, está ‘a esquerda. Brincadeirinha perto das daqui. O metro que sai da Retiro, linha 5, vai até a Constituición. Ia fazer o percurso, mas estava tarde e desci na segunda estação, Lavalle com Esmeralda. Curtaaaaaa abrs
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Alexandre Giesbrecht nasceu em São Paulo, em abril de 1976, e mora no bairro do Bixiga. Publicitário formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, é autor do livro São Paulo Campeão Brasileiro 1977 (edição do autor).