Pseudopapel

Para variar, São Paulo debaixo d’água

Alagamento na Avenida Cidade Jardim (2)

Hoje pela manhã, apesar do tempo razoavelmente bom, São Paulo está parada. Não chove há algumas horas, mas a falta de um sol forte impediu que vários pontos de alagamento se dissipassem depois da chuva forte da noite de ontem. Cinco córregos e o Rio Tietê transboradaram, e São Paulo teve em determinado momento 63 pontos de alagamento, sendo 44 deles intransitáveis, segundo o jornal Agora. Eu vi alguns desses pontos.

Fomos a um aniversário próximo ao Estádio do Morumbi ontem à noite. Apesar de ainda não ter chovido àquela hora, o trânsito na região estava péssimo, e levamos quase três vezes o tempo normal para ir da Ponte Cidade Jardim ao meu destino. Não sei o que ocasinou tanta confusão. Saímos de lá por volta das 22h40, já com chuva forte. Como passaríamos na Pompeia para deixar minha cunhada e meu sobrinho, atravessei a Ponte Cidade Jardim, e a princípio eu seguiria pelas avenidas Europa, Brasil e Sumaré. Nem cheguei à Avenida Europa.

Alagamento na Avenida Cidade Jardim (3)

O Túnel Max Feffer, que liga as avenidas Cidade Jardim e Europa por sob a Avenida Brigadeiro Faria Lima estava sendo fechado naquele instante pela CET. Fomos obrigados a seguir pela Cidade Jardim, mas o trânsito estava praticamente parado por ali. Vinte minutos depois, chegamos mais perto da Rua Mário Ferraz, onde constatamos que os carros que seguiam por aquela rua acabavam voltando pelo mesmo caminho pouco tempo depois. A própria esquina com a Cidade Jardim estava bem alagada e, pelo visto, mais para a frente estava ainda pior. A foto acima, com uma câmera simples e sem iluminação ideal, serve para ao menos dar uma ideia de como estava esse cruzamento.

Abortamos, pois, a ideia de seguir pela Cidade Jardim, também com um grande alagamento à nossa frente. Sem alternativa, viramos na contramão do cruzamento para pegar a mesma avenida no sentido oposto, voltando à Marginal Pinheiros. Ela tinha algumas poças na pista local, mas nada assustador. Saímos pels Praça Silveira Santos e Avenida Antônio Batuíra em direção à Praça Panamericana. A partir da metade do quarteirão entre a Avenida dos Semaneiros e a Rua Banibás (onde meu pai ficou com o carro preso em um alagamento em fevereiro passado, como mostra a foto abaixo, tirada naquele dia, em que ele carrega meu filho, então com 16 meses, no colo para tirá-lo do carro) a Antônio Batuíra estava completamente debaixo d’água.

Alagamento na Rua Banibás, em Pinheiros

Mais um trecho na contramão, para pegar a Avenida dos Semaneiros e, em seguida, a Pedroso de Morais. Esta estava quase intransitável na altura do cruzamento com a Rua Banibás, mas ainda consegui passar, seguindo a dica de ouro de não tirar o pé do acelerador, seguindo sempre em primeira — atenção, que esta dica vale apenas para trechos transitáveis! No cruzamento com a Praça Panamericana, outro ponto de alagamento quase intransitável. A partir daí começamos a subir rumo à Rua Heitor Penteado, e, se não encontramos mais alagamentos nesse caminho, as corredeiras nas guias ou no próprio leito das ruas foram uma paisagem constante. Em uma delas, tivemos até dificuldade para subir uma rua.

Chegamos à Pompeia e de lá fomos para casa, no Bixiga, sem passar por novos pontos de alagamento, embora diversas poças ainda fossem visíveis. E não só elas. Havia muito, mas muito lixo nas ruas. No trecho sob a Praça Roosevelt da Ligação Leste–Oeste, que esteve alagado pouco antes, havia alguns funcionários da prefeitura recolhendo muitos quilos de lixo, enquanto as duas faixas da direita ainda estavam alagadas.

Não sei a que horas parou de chover, mas o noticiário comprovou que os reflexos da chuva de ontem à noite chegaram até a manhã de hoje.

4 comentários

Ralph Mennucci Giesbrecht (42)

Tambem, olhe a quantidade de lixo no rio Pinheiros… http://noticias.uol.com.br/album/110105chuvas_brasil_album.jhtm?abrefoto=111

11 de janeiro de 2011, 15:00

Alexandre Giesbrecht

Isso sem falar no lixo que eu vi pelas ruas ontem à noite. E estou falando de um volume maior do que aparece na foto do link. Parecia que dezenas caminhões de lixo estavam com rombos sob suas caçambas.

11 de janeiro de 2011, 15:58

gilberto maluf (66)

O pior é que não tem o que fazer .

13 de janeiro de 2011, 8:08

Alexandre Giesbrecht

Até tem, mas, infelizmente, não nós. E quem tem algo para fazer simplesmente não faz.

13 de janeiro de 2011, 9:57

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Quem?

Alexandre Giesbrecht nasceu em São Paulo, em abril de 1976, e mora no bairro do Bixiga. Publicitário formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, é autor do livro São Paulo Campeão Brasileiro 1977 (edição do autor).

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